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Palavra do Pastor

Deuteronômio 12:7 - "Ali comereis perante o Senhor vosso Deus e vos alegrareis em tudo."

O Perigo quando se participa «Indignamente» da Ceia do Senhor.
 
Pastor Edson O Perigo quando se participa «Indignamente» da Santa Ceia, não discernindo o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, nos elementos que a eles simbolizam: Disse o apóstolo Paulo: «Pois quem come e bebe, sem discernir o corpo [de Jesus], come e bebe juízo para si...» (1 Cor 11.29). A palavra «...discernir...» é tradução do vocábulo grego diakrino, que significa «julgar corretamente» a seriedade do rito, porquanto abusar desse símbolo significa abusar da realidade simbolizada. O Dicionário brasileiro de Aurélio define o termo como: «conhecer distintamente», «saber distinguir», «diferenciar», «separar». O que estava ocorrendo com a Igreja de Corinto era a mistura das coisas sagradas com as profanas e, com este gesto participavam da Ceia do Senhor Jesus «indignamente», como se ela não tivesse qualquer relação com o Corpo e o Sangue de Cristo. Veja a correção de Paulo aos coríntios, com relação aos seus comportamentos diante da Mesa do Senhor Jesus; «não podeis beber o cálice do Senhor [Jesus] e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da Mesa do Senhor [Jesus] e da mesa dos demônios» (1 Cor 10.21). O erro de muitos em Corinto, era não distinguir entre a retidão e impiedade, entre o santo e o profano, entre que é de Cristo e o que é do diabo. Não compreendiam o zelo do Deus Vivo (Êx 20.5; Deut 4.24; Jos 24.19, 1 Cor 10.22) e a gravidade da transigência com o mundo. O próprio Cristo falou deste erro fatal; «Ninguém pode servir dois senhores» (Mat 6.24). A Santa Ceia é uma cerimônia sagrada e, quem participa dela «indignamente», peca terrivelmente contra o Senhor Jesus. Comer e beber indignamentenão é comer «sendo indigno», como alguns entendem, pois verdadeiramente digno ninguém era, mas «indignamente» se refere a maneira e o espírito de quem participa, isto é, participar da Mesa do Senhor Jesus com um espírito indiferente, egocêntrico e irreverente, com ódio no coração contra outro irmão, sem qualquer intenção ou desejo de abandonar os pecados conhecidos e de aceitar o concerto da graça com todas as suas promessas e deveres. Todos nós precisamos evitar estes maus comportamentos e conceitos pecaminosos para que não sejamos reprovados por Jesus (João 12.48).

Paulo acusa com veemência muitos cristãos de Corinto, dizendo que eles estavam sendo «culpados do Corpo e do Sangue de Cristo», porque tomavam parte na Ceia indignamente, como se ela não tivesse nenhuma relação com a morte de Cristo e com o Seu Corpo oferecido em sacrifício vicário (João 3.16).Paulo relaciona aos coríntios os resultados funestos que muitos haviam adquiridos, por não discernir o Corpo e Sangue de Cristo, pois participavam da Santa Ceia indignamente, veja a seguir:

1) Responsabilidade pela Morte de Cristo: «...Será culpado do corpo e do sangue do Senhor...» (1 Cor 11.27): O termo grego traduzido por «...culpado...» é enochos, que significa «passível», «responsável por», «culpado». Esse termo, vinculado à palavra morte, significa «digno de morte», envolvendo alguém que fez algo que merece a punição capital. Porém, isoladamente, esse termo pode significar «culpado de um crime». Portanto, está aqui em foco uma «culpa» associada ao Corpo de Cristo. Neste caso a pessoa torna-se culpada por participar de um gravíssimo crime, ou seja, na causa da crucificação de Cristo. Significando que a pessoa é considerada responsável pela Sua morte. Ou ainda, isso torna o indivíduo culpado de «violar» ou de «pecar contra» o corpo e o sangue de Cristo. Pois, não fez diferença entre o sagrado e o profano. Sendo assim, o indivíduo será julgado (vss. 31,32). O versículo em foco mostra-nos o quanto a Santa Ceia é Sagrada. Por isso, devemos ter muito cuidado para não participarmos dela indignamente. Isto serve de alerta para aqueles que participam indignamente da Ceia não discernindo o Corpo e Sangue de Cristo, pois, ser culpado do corpo e do sangue de Cristo é um pecado gravíssimo, sem perdão, principalmente para os que estão conscientes disto (Heb 10.28-31).

2) Responsabilidade pela própria condenação: «...Come e bebe juízo para si...» (1 Cor 11.29) : «...juízo...», nesse caso, significa «julgamento», no grego, «krima», o qual aqui está em foco uma «punição» ou «penalidade». Ninguém é obrigado participar do pão e do cálice do Senhor Jesus indignamente,mas é preciso estar consciente, que ao participar deste ato sagrado irreverentemente, com um espírito indiferente, é tornar-se imediatamente sujeito ao juízo e retribuições especiais; que são: «fraqueza», «doença» e «morte» (vss. 29-32).

Fracos: «Por causa disso há entre vós muitos fracos...» (vs. 30a). O Apóstolo lembra os coríntios que a existência de muitos fracos entre eles, era em decorrência do mau conceito que tinham da Ceia do Senhor Jesus, pois haviam desprezado o real significado e propósito dela (1 Cor 11.17-22, 27-30). Certamente eles eram «fracos» não somente fisicamente, mas, também moralmente, mentalmente e espiritualmente. Os fracos espirituais são aquelas pessoas inseguras, incrédulas, inconstantes, negligentes ao dever e de ânimo dobre, isto é, servem a dois senhores e por isso vivem na carnalidade (1 Reis 18.21; 21.7; 2 Reis 17.33; Osé 6.4; 10.2; Sof 1.4,5; Luc 9.62; 16.13; 1 Cor 10.21; Gál 1.6; 2.11-14; Tiago 1.8; 4.8). A exemplo de Israel, muitos crentes de Corinto eram inconstantes, serviam ao mesmo tempo dois senhores e, por isso, viviam na carnalidade (Sal 78.36,37,40-42; Isa 29.13; Ezeq 33.31,32; 1 Cor 3.1-3; 5.1-13; 6.1-8; 8.10).

Doentes (vs.30b): Doenças «físicas, morais e espirituais». Estes também ficaram doentes porque não discerniram o Corpo e o Sangue de Cristo nos elementos da Santa Ceia. Participavam dela de qualquer maneira sem fazer caso do seu ato santo. Uma pessoa doente espiritualmente é aquela que perdeu o apetite pela doce Palavra de Deus e apresenta cegueira, surdez, mudez espiritual (Isa 59.10; Jer 5.21; 6.10; Ezeq 12.2; Zac 7.11; Mat 6.23; 15.14; Atos 28.27; 2 Tim 4.4; 2 Ped 1.9; 1 João 2.11; Apoc 3.17). Veja também sobre as doenças físicas (Deut 28.1; 2 Crôn 21.12-15; Sal 107.17,18; Miq 6.13). Mas tudo indica que os coríntios estavam na ocasião «doentes fisicamente», ao qual também não podemos descartar que estavam doentes espiritualmente.

Muitos que dormem (vs.30b): Aqui temos um óbvio eufemismo para a «morte física». O sono espiritual fala da falta de vigilância (Marc 13.33,36; Rom 11.8; 13.11; 1 Tess 5.6; Apoc 16.15), da insensibilidade espiritual (Prov 23.35; Isa 42.25; Efés 4.19). Mas a tradução mais correta da expressão é «muitos que morreram» a invés de «muitos que dormem». Isto explica que muitos em Corinto começaram a enfraquecer, passaram a ficar doentes vindos em seguida a morrerem. Os coríntios haviam sido atingidos por doenças e até pela morte, por causa da sua irreverênciapara com o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo. O castigo divino que havia sobrevindo sobre os coríntios, era de natureza disciplinadora. Visava não somente ajudá-los no desenvolvimento espiritual, mas também impedir o perigo muito maior da perdição e da condenação, juntamente com os perdidos que estão no mundo, fora do reino do Deus Vivo (vs. 32).

Por conseguinte, «não discernir» o corpo de Cristo é menosprezar a sua expiação. Vale lembrar que a palavra «corpo» é usada nos versículos 27 e 29, para indicar a expiação de Cristo, aquilo que foi conseguido com o sofrimento de seu corpo, com o derramamento do seu sangue. Sendo assim, aqueles que profanam o «corpo» de Cristo são aqueles que, de alguma maneira ridicularizam o sentido de sua morte em favor dos homens, de sua missão universal e remidora. Esses insultam a Cristo e são escândalos para a sua cruz. Por isso, o apóstolo Paulo conclama os seus leitores a uma avaliação séria e correta do que essa cerimônia significa; e, deste modo, para que pudessem evitar a profanação da mesma. Assim sendo, o crente em Cristo deve «discernir» corretamente qual é o significado da Ceia do Senhor Jesus, quão sagrada é ela, e quão sagrada ainda é a realidade espiritual que ela representa. E deve agir assim, a fim de evitar a degradação da Ceia do Senhor Jesus. Para celebrar a Santa Ceia de modo que não venhamos correr nenhum risco de sermos culpados pelo Corpo e pelo Sangue de Cristo, é somente obedecer todas as observâncias contidas nesta obra, pois ela foi escrita exatamente para que ninguém venha a participar «indignamente» do pão e do cálice do Senhor Jesus.

Muitos nos dias de hoje dizem que estão discernindo o Corpo e o Sangue de Cristo, mas, são tantos pães (ainda fermentados) na mesa, que é preciso que haja muitos corpos. Iguais aos coríntios, estão hoje às celebrações das Ceias.

Um exemplo de desordem na celebração da Santa Ceia

O testemunho direto concernente a Ceia do Senhor Jesus no N.T. está descrito em cinco trechos (Ma 26.26-29; Marc 14.22-25; Luc 22.15-20; 1 Cor 10.16-25; 11.17-34). Enquanto, que nos evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas) é registrado o momento da instituição da Santa Ceia; na carta de Paulo aos coríntios, é relatada a Igreja já na celebração da Santa Ceia. Como as cartas de Paulo aos coríntios (1 e 2 Coríntios) foram escritas antes de Mateus, Marcos e Lucas, portanto, trata-se do primeiro relato sobre a Ceia do Senhor Jesus. É justamente na correção de Paulo aos coríntios é que somos informados e em ensinados a respeito do nosso comportamento e procedimento diante da Mesa do Senhor Jesus. Bem como do juízo iminente, para aqueles que não respeitam o caráter sagrado dela. Ao lermos em 1 Cor 11.17-34, é possível notar com clareza até que ponto pode chegar a Igreja, quando ela perde de vista o seu real objetivo, faltando com a espiritualidade, o discernimento com o Corpo e o Sangue de Cristo, com o desrespeito para com as coisas santas. É claro que, procedimentos desta natureza só podem produzir dissensões, desordens, confusões e ações carnais. Mediante disso, em poucas palavras vamos descrever alguns dos acontecimentos mais notáveis caracterizados pela desordem dos coríntios na Celebração da Santa Ceia.

Nos dias do Novo Testamento, a Santa Ceia de Cristo era celebrada anualmente no decurso de uma refeição tomada em comum, conhecida como Festa de Amor (grego Ágape). Cada um trazia o que podia e compartilhava com os outros, mas não acontecia isso em Corinto. Esta Festa de Amor em Corinto, parece que eclipsara inteiramente a Ceia do Senhor Jesus. Por isso, Paulo declara que suas reuniões estavam sendo realizadas para pior e não para melhor, isto é, suas reuniões estavam sendo cada vez mais degradantes (vs.17) e, que a Ceia deixava de ser do Senhor Jesus, porque estava sendo deturpada (vs.20). Os que traziam alimentos comiam-no com os da sua roda íntima, sem esperar que a congregação se reunisse. Assim, uns tinham fome e outros comiam demais, isto é, os pobres que não podiam trazer refeição, eram desconsiderados e deixados com fome. Imitando as bebedeiras dos pagãos em seus templos, tornavam assim, as suas "Festas de Amor" em ocasião de glutonaria e, assim, estavam também perdendo de vista inteiramente o significado da Santa Ceia (vss. 20,21).

Paulo continua dizendo que, se quisessem realmente comer e beber à vontade, contudo, que fizessem isso em suas casas, mas não nas reuniões de adoração a Jesus Cristo. Pois, assim agindo, demonstravam total desprezo para com a Igreja de Cristo, isto é, sua unidade, seus valores, normas, e sua relação com Cristo como Cabeça e, ainda envergonhando os que nada tinham para comer e beber. Tratava-se de uma desordem tão grave, que Paulo mais uma vez disse-lhes: «Que vos direi? Louvar-vos-ei? Nisto certamente não vos louvo (vs.22)». Por isso, ele recorda-lhes brevemente as circunstâncias em que Jesus instituiu a Sua Santa Ceia. Isto os ajudaria a perceber a gravidade de seus erros. Para assegurar a veracidade do assunto, Paulo esclarece a eles que o ensino que lhe fora transmitido, não era uma história fictícia e nem fruto da sua imaginação, mas disse; «Porque eu recebi do Senhor [Jesus] o que também vos ensinei...» (vs.23a). Em seguida ele apresenta um registro cuidadoso de como se iniciou a celebração da Ceia de Jesus, dizendo que ela foi instituída pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Depois fala do seu valor, ainda lembra-lhes a sua profunda significação espiritual e o seu caráter sagrado, fazendo compreender a diferença existente entre a Festa de Amor e a Ceia do Senhor Jesus e, do escândalo que o comportamento deles causava (vss. 23-26). Paulo repreende-os contra a participação indigna (vss. 27,29) e, a necessidade de fazer um auto-exame para depois comer do pão e beber do cálice (vs.28), para que não caíssem sob o castigo Divino, porque por isso, muitos na verdade já estavam sendo castigados (vss. 28-30). Paulo finaliza lembrando mais uma vez a Igreja em Corinto, para que tomasse todo cuidado, para que não repetisse os mesmos maus procedimentos diante da Ceia do Senhor Jesus em outras reuniões posteriores; «para que não vos ajunteis para a condenação» (vss. 33,34). Paulo disse ainda que tinha mais coisas a serem passadas, mas que faria isso pessoalmente (vs.34).

ALERTA: As desordens na celebração da Santa Ceia pelos irmãos de Corinto, servem de alerta para nós, para que não venhamos a cair nestes mesmos erros; é preciso acima de tudo discernir o Corpo e o Sangue de Cristo nos elementos que a eles simbolizam.

N o t a: A palavra «embriagar» no versículo 21, é no (grego methuo) e tem dois sentidos. Pode referir-se a: a) Ficar bêbado, ou b) Ficar farto ou satisfeito, sem qualquer referência à embriaguez. É justamente o último sentido que se refere o versículo em apreço (1 Cor 6.10). Pastor Edson Assis de Azevedo.
 
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